quarta-feira, 12 de maio de 2021

1984, por George Orwell

“Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”

1984, por George Orwell, 335p.
Publicado e lido em parceria com a editora Principis




Em 1984 tudo está diferente, em meio a guerras sem fim, no Socing (socialismo inglês), o indivíduo é vigiado pelo Grande Irmão através de teletelas a todo o momento, há maneiras de agir e até de como falar, o idioma mudou, agora é o Novidioma substituto do Velhidioma (inglês), em um governo hiper autoritário, esse romance distópico é contado pela visão de Winston, o Estado diz agir em pró do coletivo, mas vemos cada vez mais a solidão das pessoas, apesar de não haver mais leis, todos sabiam o que era proibido e o que era permitido pelas punições existentes.

Winston começa a ter pensamentos considerados errados pelo partido, mas ainda assim seu olhar sobre tudo começa a ser cada vez mais crítico e nele nascerá um desejo de mudar enquanto busca sobre como eram as coisas antes. Como aceitar viver em uma sociedade onde até seus sonhos são vigiados e estão e passíveis de graves punições? Onde tudo é deturpado e a realidade negada.
Pessoas desaparecem, histórias são apagadas, até onde uma pessoa é capaz de cooperar para a ilusão e quando tudo fica confuso na cabeça, quando 2+2 se torna 5 e nenhuma resposta certa pode ser dada, afinal só essa é aceita, o que fazer?

Sempre via a frase "livro que foi inspirado em 1984" e isso me deixava curiosa quanto a ler esse livro e enfim o momento chegou, não é uma leitura fácil a princípio, mas depois se torna fluida mesmo que não haja tantos diálogos no início, mas pelo enredo do livro é compreensível, para leitores não acostumados pode tornar a leitura um pouco mais lenta, porém ao decorrer irá se acostumar, mas não havia como ser de outra forma nesta ficção totalitária onde até pensar, o famoso crime de pensamento era perigoso, imagine sentir, ter sua própria opinião.

O único objetivo é o poder, será que ali há um herói? Todos em desespero, alguns poucos em pró de mudança, mas será que ainda assim é uma mudança para o bem de todos de verdade ou de acordo com o próprio umbigo, fazendo pular de um grupo para o outro independente das atrocidades que pode cometer?

Um livro surpreendente, daqueles que por mais que você leia diversas resenhas, só terá a compreensão da enormidade quando ler o livro, e esteja preparado, pois tão próximo da realidade podemos ver nuances do ser-humano que pode surpreender, e nem sempre para o bem.
Uma leitura que dará vontade de estudar um pouco mais de história para entender profundamente e que a cada releitura, a experiência se intensificará.